-Menino, se eu vou sentir falta desse quarto enorme, imagine você!
É metade da madrugada de seis de julho de 2019. Ele acorda com essas palavras, ou assim acredita, e levanta a cabeça devagar. Pode ver um ser alto e magrelo, todo vestido de preto com uma lança adentrar o quarto pela porta, após abri-la devagar.
-Quem é você? - Pergunta, com calma.
-Eu sou a temida por todos! Aquela por quem ninguém espera e quer sempre estar o mais longe possível mas ela sempre chega quando menos se espera!
-Ah, minha sogra!
-Que?
Sério. Ficou um silêncio bastante constrangedor.
-Sua piada foi fraca. - A morte deu de ombros.
-Sou da Disney! É isso ou uma canção, mas eu não sou como a Julie Andrews!
-Ah, sim, Rainha! Levei ela com dor no coração! Adorava "Mary Poppins"!
-Não esqueça a "Noviça Rebelde"!
-Nunca! Aquela hora quando ela... Espera! Tá tentando me atrasar com nostalgia?
-Ia até oferecer um cafezinho! Vai que... Né? - Sorriu amarelo.
-Não colou! E já vou avisando que não vou mais esperar!
-E-e-eu tenho um problema!
-Quem não tem, né? - Debochando, fazendo sinal de lixar as unhas, apesar de não tê-las nas mãos ossudas. - O que foi?
-Eu não tenho roupa para isso!
-Eu tenho cara de fada madrinha para você? Não tá esperando que eu levante uma varinha, diga "bibidi babidi boo" e você vai aparecer de smoking, né? Você tem pelo menos uma abóbora aí?
-Eu comi no jantar!
-Imaginei. Sério, agora eu entendo porque a Jessie não gostava de você!
-Nem me lembre!
-E então, podemos ir?
-Tem videogame no céu, né?
-No máximo, pão! - Zombou. Em seguida, levantou a lança. - Não se preocupe, Descendants não ia chegar no quarto filme mesmo! Você conhece a Disney!
-É claro!
Então, a morte o golpeia levando sua alma, enquanto pensa que ironicamente ele não teve muito tempo de ser "Gente grande". Não reclamem. Esse é o tipo de piada que a Disney faria!
------------------------------------
*E lá vamos nós lembrar novamente: A série de crônicas da morte é para ser entendida como uma homenagem aos artistas e famosos que já se foram de maneira humorada. A morte chega para todos, não é mesmo? Vamos rir dela enquanto é tempo!
.
